Peças do Hubble em exposição no Museu Smithsoniano

A câmera que capturou várias das mais famosas imagens do Telescópio Espacial Hubble e as “lentes de contato” que focaram o espelho deformado do telescópio estrearam nesta Quarta-Feira no Museu Nacional Smithsoniano do Ar e do Espaço em Washington, junto com a primeira fase de uma nova galeria interativa dedicada à humanos vivendo e trabalhando no espaço.

“Indo Para Além da Terra,” que substitui a galeria de Foguetes e Voo Espacial que foi originalmente inaugurado logo antes do começo da era do Ônibus Espacial em 1979, busca contar a história do Sistema de Transporte Espacial (Space Transportation System, ou STS, o nome original do sistema de ônibus espaciais) e os esforços para construir uma estação espacial.

“A galeria está em seu primeiro estágio,” explicou a curadora Valerie Neal. “O que nós vemos aqui hoje é essencialmente uma pegada para o que será uma galeria completa nos próximos dois anos. Nós estamos nos aproximando disso incrementalmente, da mesma forma que a NASA construiu a Estação Espacial Internacional. Nós não estamos fazendo tudo de uma só vez, nós estamos fazendo em fases, elemento por elemento.”

Atualmente à mostra estão vários artefatos do ônibus espacial, e outros objetos que antes estavam em outras galerias.

“Nós não temos muitos artefatos espaciais,” disse Neal. “Os artefatos para a era do ônibus espacial estavam todos em uso. A NASA esteve reutilizando, reciclando e guardando tudo que era necessário. Desta forma, só agora os artefatos estão começando a ser liberados. A nossa habilidade de apresentar os artefatos do Hubble é um sinal desta liberação.”

Atlantis rumo à Estação Espacial Internacional

(Engenharia & Astronomia)


O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço nesta Segunda-feira para começar uma missão vital de reabastecimento para a Estação Espacial Internacional.

O ônibus espacial foi lançado às 17:28 GMT-2 da Base de Lançamento 39A no Centro Espacial Kennedy da NASA no Cabo Canaveral. O lançamento foi o penúltimo voo planejado para o orbitador de 24 anos – Atlantis irá ser aposentado com seus dois irmãos em cerca de um ano.

“Todos os sistemas do veículo estão funcionando perfeitamente hoje, o tempo está quase perfeito,” disse o diretor de lançamento Mike Leinback, logo antes do lançamento. “Nós os desejamos boa sorte, e nós os veremos logo após o dia de Ação de Graças,” disse ele à tripulação.

A missão STS-129 irá reabastecer a Estação Espacial Internacional com cerca de 12.360 kg de partes sobressalentes.

“A nossa missão é uma das primeiras que irão externamente providenciar várias partes sobressalentes e os itens que são necessários para manter a estação saudável e funcionando por bastante tempo,” disse Charlie Hobaugh, o comandante da missão.

Entre as grandes partes enviadas no ônibus espacial estão tanques de gás de alta pressão, bombas, unidades de força e baterias, assim como partes para o braço robótico da estação. O equipamento está carregado em duas imensas plataformas que irão ser instaladas no esqueleto da estação. A entrega deverá ajudar a preparar a estação para continuar funcionando após os ônibus espaciais pararem de voar.

Telescópios registram detalhes da Nebulosa do Anel



Nosso céu está povoado de objetos visíveis. São planetas, estrelas rochas e aglomerados de todos os tipos e tamanhos, muitos deles conhecidos desde as primeiras observações telescópicas e batizados com nomes que lembram bastante sua aparência. Esse é o caso da Nebulosa do Anel, e não é difícil entender porque.





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Situada a 2 mil anos-luz na direção da constelação de Lyra, a nebulosa planetária do Anel é formada - como bem diz seu nome - por um anel de aproximadamente mil anos-luz de diâmetro e foi vista pela primeira vez em janeiro de 1779 pelo astrônomo francês Antoine Darquier de Pellepoix, que descreveu o objeto como "tão grande quanto Júpiter". No mesmo mês, Charles Messier também observou a nebulosa e a catalogou com o número M57 em seu famoso catálogo de objetos.

A foto acima mostra a nebulosa repleta de detalhes e foi obtida pela combinação de imagens captadas por diferentes telescópios. A cena explora a grande quantidade de filamentos que se estendem a milhões de quilômetros de distância da estrela central que pulsa no coração da nebulosa, vista pela primeira vez por Friedrich von Hahn, no ano de 1800.

Na cena, a emissão do hidrogênio atômico dentro espectro visível é vista nos tons violetas que compõem os anéis, enquanto a emissão dentro do espectro do infravermelho próximo é vista em tons avermelhados. No canto direito da cena é possível observar a galáxia em espiral IC 1296, distante aproximadamente 61 milhões de anos-luz da Terra.

Apesar de ser chamada nebulosa planetária, o material incandescente que dá origem à sua forma não é proveniente de nenhum planeta em seu interior, mas da expansão dos gases da agonizante estrela central, ionizados pela radiação ultravioleta gerada no interior da nebulosa.

Estima-se que nos próximos dois mil anos a estrela central já terá esgotado todo seu suprimento de hidrogênio. Sem energia suficiente para produzir a fusão nuclear, se transformará em uma estrela do tipo anã branca e não conseguirá mais iluminar o gás ao seu redor, que lentamente se afasta na direção do desconhecido.


Foto: Nebulosa do Anel, em imagem composta registrada por diversos telescópios. A nebulosa se localiza na direção da constelação de Lyra, a cerca de 2 mil anos-luz da Terra. Créditos: Vicent Peris (DSA / OAUV / PixInsight), Jack Harvey (DSA / SSRO), Steve Mazlin (DSA / SSRO), Jose Luis Lamadrid (DSA / ceFca), Ana Guijarro (CAHA), RECTA, DSA.

Hubble fotografa Messier 83 em detalhes inéditos

(Engenharia & Astronomia)

A nova e espetacular câmera instalada no Telescópio Espacial Hubble da NASA capturou a visão mais detalhada do nascimento de estrelas nos graciosos braços da galáxia espiral Messier 83 até agora:


Clique na imagem para aumentá-la, ou clique aqui para abrir a imagem completa de 15 mb / 3909 x 3930 pixels.
 
Apelidada de Catavento do Sul, Messier 83 está passando por uma formação estelar mais veloz do que na nossa Via Láctea, especialmente em seu núcleo. O atento “olho” da Wide Field Camera 3 (WFC3) capturou centenas de aglomerados estelares jovens, antigos aglomerados globulares, e centenas de milhares de estrelas individuais, a maioria sendo supergigantes azuis e supergigantes vermelhas.
A imagem na esquerda é a aproximação do Hubble das estrelas miríades próximas do núcleo da galáxia, a região brilhante e esbranquiçada na direita. Uma imagem de toda a galáxia , tirada pela câmera do telescópio de 2,2 metros do Observatório Europeu do Sul, é mostrada na esquerda. A caixa branca indica a visão do Hubble.

A ampla variedade de comprimentos de onda da WFC3, de ultravioleta até próximo de infravermelho, revela estrelas em estágios diferentes de evolução, permitindo aos astrônomos descobrirem a história de formação estelar da galáxia.

A imagem revela em detalhes inéditos a rápida taxa de formação estelar nesta famosa galáxia espiral. A mais nova geração de estrelas está se formando principalmente em aglomerados nas bordas dos filamentos escuros, o “esqueleto” dos braços espirais. Estas novas estrelas, com apelas alguns milhões de anos de idade, estão saindo de seus casulos e produzindo bolhas de gás hidrogênio avermelhado
Uma barra de estrelas, gás, e poeira passando através do núcleo da galáxia pode estar causando a maior parte da formação estelar no núcleo galáctico. A barra envia material para o centro da galáxia, onde a formação estelar mais ativa está ocorrendo. Os aglomerados brilhantes residem ao longo de um arco próximo ao núcleo.

Os restos de cerca de 60 supernovas, a morte de estrelas massivas, podem ser vistas na imagem. A WFC3 identificou os restos dessas estrelas. Estudando os restos, astrônomos podem entender melhor a natureza da estrela progenitora, que são responsáveis pela criação e dispersão da maior parte dos elementos pesados da galáxia.

Messier 83, localizada no Hemisfério Sul, é frequentemente comparada com a Messier 51, apelidada de Galáxia do Redemoinho, no Hemisfério Norte. Localizada à 15 milhões de anos-luz de distância na constelação Hydra, Messier 83 está duas vezes mais próxima da Terra do que a Messier 51.

Descobertas algumas das mais antigas galáxias



(Engenharia & Astronomia)

Uma nova pesquisa descobriu 22 das mais antigas galáxias do Universo, confirmando a idade de uma à apenas 787 milhões de anos após o Big Bang.

Estas e outras galáxias da infância do Universo podem ajudar a desvendar as condições que governavam o Universo jovem.
Com os recentes avanços da tecnologia, astrônomos puderam observar mais da chamada era da reionização, a era mais antiga que astrônomos podem observar.

Nas primeiras centenas de milhares de anos após o Big Bang, o Universo era uma bagunça, opaco e sem luz livre. Já que não há luz residual desta época distante, cientistas não podem observar quaisquer traços dela.

Mas há cerca de 400.000 anos após o Big Bang, a temperatura do Universo caiu, elétrons e prótons se juntaram para formar hidrogênio neutro, e o Universo se tornou transparente. Em algum momento 1 bilhão de anos após o Big Bang, hidrogênio neutro começou a formar as estrelas nas primeiras galáxias, que irradiaram energia e ionizaram novamente o hidrogênio. Esta é o período da reionização.

Mas enquanto astrônomos sabem que este período acabou na época em que o Universo tinha cerca de 1 bilhão de anos, eles não sabem exatamente quando ele começou – quando as primeiras estrelas e galáxias começaram a iluminar o Universo. Eles também não sabem se a reionização começou gradualmente ou instantaneamente.

Para ajudar a responder esta pergunta, uma equipe de astrônomos liderados por Masami Ouchi dos Observatórios Carnegie usou uma técnica para encontrar algumas das galáxias mais antigas e distantes.

“Nós procuramos por galáxias ‘desistentes’,” disse Ouchi. “Nós usamos filtros progressivamente mais vermelhos para revelar o aumento nos comprimentos de onda da luz e observar quais galáxias desaparecem ou ‘abandonam’ as imagens feitas com esses filtros.

Os comprimentos de onda específicos nas quais as galáxias ‘desistentes’ aparecem podem revelar suas distâncias e idades aos astrônomos.

Ouchi e seus colegas estudaram uma área 100 vezes maior do que qualquer outro estudo anterior semelhante, portanto tiveram um maior número de galáxias.

“Além disso, nós fomos capazes de confirmar a idade de uma galáxia,” disse Ouchi. “Já que todas as galáxias foram encontradas usando a mesma técnica, elas provavelmente tem por volta da mesma idade.”

As observações da equipe foram feitas de 2006 à 2009 com a câmera de campo amplo do Telescópio Subaru de 8,3 metros no Havaí.

Ouchi e sua equipe compararam suas observações com outras de outros estudos e olharam as taxas de formação estelar, que podem ser obtidas por dados da densidade e brilho das galáxias, e descobriram que elas eram dramaticamente mais baixas de 800 milhões de noas até cerca de um bilhão de anos após o Big Bang, do que após esse período.

Desta forma, eles calcularam que a taxa de ionização seria muito lenta durante esse período jovem, de acordo com a baixa taxa de formação estelar.

“Nós ficamos realmente surpresos pelo fato de que a taxa de ionização parece ser tão baixa, o que contitui uma contradição com os dados da sonda WMAP da NASA. Ela concluiu que a reionização começou antes de 600 milhões de anos após o Big Bang,” disse Ouchi.

“Nós acreditamos que esta charada pode ser explicada por uma taxa de produção de fótons ionizantes mais eficiente nas galáxias jovens,” adicionou ele, “A formação de estrelas massivas pode ter sido mais vigorosa do que nas galáxias atuais. Estrelas massivas produzem mais fótons ionizantes do que a maioria das estrelas menores.”

As descobertas de Ouchi e sua equipe serão detalhadas na edição de Dezembro do Jornal de Astrofísica.