Kepler encontra cinco novos exoplanetas

Posted on sexta-feira, janeiro 08, 2010 by Astrofísica Brasil


 

A lista de exoplanetas conhecidos na nossa galáxia acabou de crescer, graças às primeiras observações do telescópio espacial Kepler da NASA, que encontrou cinco novos planetas leves orbitando estrelas distantes.

“Eu gostaria de anunciar hoje a descoberta de cinco exoplanetas pelo Kepler,” disse William Borucki, diretor científico do Kepler, no 215º encontro da Sociedade Astronômica Americana.

A sonda Kepler, cuja missão é encontrar exoplanetas parecidos com a Terra, também encontrou um objeto estranho orbitando uma estrela e está medindo os tremores que correm pela superfície da estrela.

Os cinco planetas recém-encontrados são bem maiores que os corpos que o Kepler foi projetado para encontrar. Um deles mostrou ser do tamanho de Netuno, e os outros quatro são maiores do que Júpiter.

Todos os cinco planetas orbitam muito perto das suas estrelas, com períodos orbitais de cerca de três ou quatro dias, e portanto são muito quentes. Suas temperaturas estão acima de lava; até ferro derreteria em suas superfícies.

Enquanto o planeta do tamanho de Netuno, chamado de Kepler 4b, tem a densidade dos gigantes de gelo do nosso sistema solar (portanto provavelmente tem uma abundância de elementos mais pesados do que hidrogênio e hélio), um dos outros novos planetas, Kepler 7b, tem uma das menores densidades de qualquer planeta já descoberto, disse Borucki.

A sua densidade é menor do que a da água, e é “a mesma do isopor,” disse Borucki, providenciando um mistério aos astrônomos para solucionarem a estrutura destes leves planetas.

Enquanto estes planetas não são do tipo que cientistas esperam que o Kepler irá encontrar, as observações que o telescópio fez até agora mostraram que “nós temos a sensitividade para procurar planetas do tamanho da Terra,” disse Borucki.



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Kepler, lançado no dia 6 de Março de 2009, procura por quedas no brilho de estrelas que indicam que um planeta está transitando na frente da estrela (da perspectiva da Terra).

O Kepler também observa a ocultação de planetas, ou a queda do brilho quando o planeta se move atrás de sua estrela. O telescópio também realizou uma estranha observação de um sistema onde o brilho do corpo que orbita a estrela cai mais durante a ocultação do que durante seu trânsito, o que sugere que ele é bem mais quente do que a sua estrela – certamente uma situação estranha para um sistema planeta-estrela. O corpo poderia ser uma pequena e relativamente fria anã branca, mas seu tamanho é grande demais para a maioria das anãs brancas.

“Nós ainda não temos certeza do que estamos vendo aqui,” disse Borucki.

O Kepler monitorou várias estrelas parecidas com o Sol para ver se elas são calmas o suficiente para tanto permitir vida em algum de seus planetas e permitir que astrônomos os detectem. As observações do telescópio mostram que vários gêmeos estelares tem aproximadamente o mesmo nível de atividade do Sol, ou são mais calmos.

“É uma boa notícia para a exobiologia,” disse Natalie Batalha, membro da equipe do Kepler, já que isto significa que estas estrelas não esfregam a superfície de seus planetas, providenciando um local em potencial para a vida se formar. Poucas flutuações no brilho dessas estrelas também torna mais fácil para os astrônomos detectarem planetas – particularmente aqueles que são do tamanho da Terra e na chamada zona habitável da estrela, a distância de órbita onde água poderia permanecer líquida na superfície do planeta.

O Kepler também mostrou sua habilidade de medir as oscilações que ocorrem na superfície de uma estrela, que causam vibrações e variações no seu brilho. Estudando esta sismologia estelar pode ajudar os cientistas a entenderem melhor a idade e estrutura das estrelas. Os dados do Kepler para uma estrela em particular determinaram o seu diâmetro, e diminuíram a margem de erro deste diâmetro de 10% para menos de 1%.

Os resultados anunciados na reunião vieram apenas dos primeiros 43 dias de observações do Kepler; cientistas ainda tem mais de oito meses de dados para estudar, disse Borucki.

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