Pó de meteorito pode ser a chave da origem do Sistema Solar
Posted on sábado, agosto 01, 2009 by Astrofísica Brasil
De onde viemos? A resposta varia dependendo de quão longe você olha. Pesquisadores estão estudando os mais antigos grãos de meteoritos para descobrir a origem do nosso Sistema Solar. Alguns dos materiais formadores de planetas podem ter resultado de uma colisão com outra galáxia.
Uma imagem de um grão de carbonato de silício desta pesquisa. Esta imagem de cores falsas foi feita com um microscópio escaneador de elétrons.
Por volta de 4,6 bilhões de anos atrás, nossa estrela amarela e seu disco cheio de planetas saiu de uma densa nuvem molecular. A maior parte dos detalhes sobre este ambiente pré-solar foram perdidos devido ao aquecimento do gás e poeira primordiais, mas alguns grãos rochosos escaparam dessa alteração, e portanto preservam pistas sobre o passado distante do nosso Sistema Solar.
“Grãos pré-solares são os materiais mais antigos no Sistema Solar,” diz Philipp Heck da Universidade de Chicago. “A idade dos grãos claramente indicam que eles são mais antigos que o Sistema Solar.”
Mas exatamente quão antigos?
Heck e seus colegas isolaram 22 grãos do meteorito de Murchison, que é bem conhecido pelo material orgânico contido nele, e mediram o tempo que os grãos ficaram no meio interestelar antes de acabar no nosso jovem sistema solar. A idade dos grãos, relatada em um recente artigo no Jornal de Astrofísica, parece suportar uma hipótese que diz que o nosso Sistema Solar se formou após colisões entre várias galáxias menores e a Via Láctea há aproximadamente 6 bilhões de anos atrás.
Cientistas já sabem desde os anos 60 que meteoritos contém isótopos raros. Em 1987, alguns desses isótopos foram encontrados em grãos microscópicos que presumidamente se formaram fora do nosso Sistema Solar, e de alguma forma sobreviveram ao processo de formação de planetas.
Por exemplo, alguns pequenos cristais de diamante em meteoritos tem altos níveis de isótopos pesados de Xenônio que implicam que eles se originaram de uma supernova.
“Abundância de isótopos nos dizem o tipo da estrela de onde este grão pré-solar veio, ou de que planeta ou corpo celeste um meteorito veio,” diz Heck.
Heck e seus colegas analisaram em particular grãos de carboneto de silício do meteorito de Murchison. Esses grãos se destacam por ter mais isótopos pesados de silício que qualquer outra coisa no Sistema Solar. Em particular, os níveis de silício-29 e silício-30 (relativos ao silício-28, o mais comum) são até 100 vezes maiores que os encontrados em cristais de silício normais.
Por causa dessas abundâncias anormais, cientistas acreditam que grãos de carboneto de silício pré-solares se formaram nos ventos de estrelas AGB (Assimptótico das Gigantes), que são frequentemente chamadas de estrelas de “carbono” por causa dos altos níveis de carbono detectados em suas atmosferas.
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